quarta-feira, 20 de agosto de 2014

1

1 texto por dia, 34 palavras por minuto. 34 dobrado que quase dava 72. Não estes os nomes que quero, nomes-outrora. Não é o Tempo o que seduz, mas este agora. Feito de pulsação, deste pulsar que reverbera entre as palavras, piano de fundo, o dedilhar deste vento que não chuva. Não é do Tempo o que é Agora. Não as bandeiras ou as passadas desta multidão triunfante. Em nossas naus, as velas puídas, não é do Vento o que é agora. Mas ainda sim, também é desejar o que nos move. Um desejar parado que não move, roda que é roda gira, neste ciclo preso à forma, o ensejar feito de fórmula. O que repete não fecunda, este tempo é exclusividade do que é vivo. Por isso se respira com gosto, essa gana de oxigênio, esta fome de omoplata. Não é o que faz plaft, mas o que faz tchibum. De pirulito e de cabeça.

Esta hora não é pequena como clama CaraCinza; as escolhas que ousamos que se mostram pequenezas. Pelo ousar mais violento e um agir inconseqüente, nosso presente há de ser exclusivamente Surpresas. Pra Agora. Não é do tempo o que carrega, não é de agora quem arrasta. Tempo, a gente larga em beijo, se afasta a cada passo dessa memória que se quis retrato. É movimento ou inanição, novidade pra estalar lá dentro. Não são passos que ecoam mas o demasiado que faz tá-tum. Em cada Sim. Ainda que Não. É que tem muito Não fazendo papel de Sim. E isso é agora.


Não que seja difícil o rabiscar das folhas. É somente foco. Trabalho é isso que chamam de vício, fórmulas demais em cada sentença. É acima e é abaixo. É para todos os lados e avante. Não ás ordens, mas domino. A folha é só outra vagina. Cheia de luz e sonhos estranhos. Há sonhos por trás das estrofes que são tanta vida! É o rasgar e o arrebentar com montanhas, fórmula da relatividade inversa, o destroçar das idéias gerando energia. Há segredos por trás das palavras, mas também estão por aí. Começou com um, termina com 0.

Laurent.